9.11.05

A mágoa invade meu crânio e enche meus olhos, meu corpo. Questões morais não fazem mais sentido, e eu só preciso dormir.
Pisar sem ver o chão.
Segurar meus cabelos e continuar.
Enfrentar a areia e seguir.

A esse ponto, tudo parece comigo. Eu mesma estranho.
Eu mesma estranho meus brincos, meu perfume, minhas saias. Estranho meus pés.
Eu mesma junto meus entulhos, moldo as minhas frases.
E eu decidi que vou jogar tudo fora. Só assim terei silêncio, ao menos dentro de mim. O vazio que eu tanto gosto.

A menina é só uma risada gostosa. Insistente. Emitindo sensações de medo e dor. Doçura. Um lençol. Uma cortina.
Os meus lábios cortados, o cartão do banco perdido.
O meu quarto claro.
As roupas pelo chão.
O quadro, a estrada, as árvores...

A minha vontade é rasgar essa pele que me cobre, para que meu espírito se liberte desse corpo tão pequeno, onde não cabem as minhas tão inúmeras idéias!

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